GOIÂNIA, GOIÂNIA
(Kílvio Dias Maciel)
Quando ainda não era, eu vi um bocado do todo que não revelara
Suas ruas, becos, praças, seus poucos montes, suas meninas nuas
Eu chegando, vivendo, lutando, sobrevivendo em mares de quando
E você simplesmente se entregando oculta
Vê se me escuta!
Se estenda
Se abra
Sorria
Me abraça, deixa a cara à mostra e o desejo de se provar fecunda
O seu tempo, esse amigo da paz, tem morada e clausura no verso da lua
Tem gosto de rua, cheiro de brisa, encosto cômodo, travessura de infância
Eu partindo, revivendo, relutando, sobrevivendo em rios de quando
E você simplesmente oculta se entregando
Vê se me vê suando!
Transpirando
Saindo
Chorando
Desabraça-se que eu mostro o rosto, face a face, para o seu vento de engano
Casas, lares, refúgios, suas esquinas, olhares, sua gente, seu passado de asas
Tudo tem gosto de agora, palatável, lugares e móveis, céus, cerrado, têm hora!?
Eu ali sentindo, debruçando, com as mãos na cabeça, perguntando, e o inteiro indo
E você simplesmente se recobre e mente
Vê se cabe a morte!
Fachada de casa
Praça sem árvore
Rua e equina
Pra depois um abraço, um traço, rabisco... sei lá, um jeito de ser de novo
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