NÁUFRAGOS DO ASFALTO
Quem sabe posso acreditar que o mundo possa ser maior que o mar
Eu sei que esses sonhos não têm mais lugar para ficar escondidos de todo o olhar
Mas a vida pode ser, por um momento, o que era atrás, a busca de ver demais
E as florestas reduzidas em árvores contidas em ruas, praças, becos e avenidas
Posso até pensar antes de acreditar nos pesadelos das noites mal dormidas
Que a terra, ao redor, há de brilhar
Antes de você ficar, também, sozinha, lance um olhar, um gesto...
Eu sei, ah! como eu sei! das noites tão vazias pro onde passei e chorei
Apague o cigarro, jogue o copo na calçada, não escute mais música!
E a poesia dos náufragos do asfalto longe de casa permanecerá intacta
Dentro da cabeça, do tronco, dos membros que se desalojaram sós
No desacreditar do que não era sonho
Naquilo que no dia não se traduz em pesadelo
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