MADRUGADAS
(Kílvio Dias Maciel)
Pedras, sóis, areias... um mar batendo aqui
Calores, dias, suores... um amor distante e em vão
Eu sou um homem tão amargo de tanto que vivi
Espero qualquer coisa... até a lua só pra ter razão
Domingos, igrejas, cinemas... um vento a soprar ali
Tardes frias, noites quentes... um beijo a me tirar dali
Eu sou um homem tão tristonho que brinca ao redor de mim
A vida passa, o tempo finda... e você inda floresce no meu jardim
Estradas curvas, olhares turvos... um quê de tudo se acabar
Delírios, tremores, remorsos... mas você está comigo no mesmo mar
Eu sou um homem tão quieto daqui de onde tudo pereceu
A escola, o tempo, a estrada... até a vida que não se percebeu
Fachadas, ruas descalças... um submundo que não se vê
Choros, prantos, tristezas... uma trilha pra não seguir
Eu sou um homem tão sozinho... um mero ser a se rever
A madrugada prolongada de uma flecha a me ferir
Venha que eu aguardo as pedras
domingueiras das curvas das estradas,
os delírios das ruas descalças das fachadas,
mesmo que sofra o prolongar das madrugadas!
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