DEMOCRACIA
(Kílvio Dias Maciel)
Vá, apare tudo, finja que não está
Recolha tudo: árvore, cão, o amor, um chá...
Ande, pule o assalto, lace o grito
Depois, pise o calcanhar e risque o rito
As igrejas não estão no altar
A fé da minha boca morde a saliva e o ar
Corra, entupa a dor, amarra o véu
Mais tarde, derruba tetos e chãos do céu
Mas venha comigo, minha democracia!
Para fazer valer a vida e ver florir a flor, meu amor!
Vá, ampare tudo, preste atenção
Redescubra sonho, bicho, gente, toda a dimensão
Viaje, navegue no espaço sideral
Reflita, se aquiete depois no gosto de um laranjal
As presidências, impérios e desgovernos
As tiranias, o povo e seus enganos
Alicerçam as bases de um edifício
Que se ergue para sustentar a construção do malefício
Mas venha comigo, minha democracia!
Para fazer valer a vida e ver florir a flor, meu amor!
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