VERDE DEMAIS

(Kílvio Dias Maciel)

 

Os seus olhos verdes são tão poucos

quando seus cabelos, soltos, tingem-nos

encobrem-nos, revelam-nos a sombra

do que possam ser parecidos com a água turva

de dez oliveiras, de menos mais, do verde que chora

e sempre se descobre nos verdes demais.

O seu nariz, a boca da palavra que ressai

uma avalanche, despenhadeiro, monte do Sinai,

respira ar, pausa vocábulo, retém o que não havia mais

do tempo que havia a vida impressa no caminho solto

preâmbulo, demora, vez por outra, corriqueira, sem rumo,

que se desprende e vende a vida toda de verde demais.




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