LÁGRIMA INVISÍVEL

(Kílvio Dias Maciel)

 

Sou lágrima contida: eu sou

Sou nem mais que uma lágrima contida

 

Penso que sou aquilo que não sou

Mas tudo parece que sou lágrima caída, invisível, pois contida!

 

Sou tudo que me apraz

Mas sou também a leitura de um livro

Numa memória de quarto de fundo de uma casa de tempo remoto

 

Sou, portanto, lágrima contida

Sou a lágrima que não cai, a lágrima invisível

 

Sou a beira de um abismo: eu sou!

Sou o que der para ser: eu sou!

 

Tudo, tudo está mal resolvido

Está em futuro breve que não sobrevive

Está em lugar nenhum!

 

Sou, por isso mesmo, lágrima contida

Eu sou a lágrima invisível: eu sou!



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