PRÓDIGO
(Kílvio Dias Maciel)
Seus olhos eram de
prata
Suas mãos como
estaca
A boca não falava
nada e dizia tudo
O sonho rondava
todo o quarto escuro
As cidades
permaneciam intactas
Suas vielas como
rotas mortas
Chupava seios
ressecados e sorvia lágrima
Em cada esquina
como se fosse a próxima
Subiu, desceu,
depois sorriu
Reconheceu o desejo
frio
Comeu, limpou os
lábios e até lambeu
O que restou nas
ruas do que escondeu
Sua vida era única
Sua mulher, a
última
O mar como se não
recebesse o rio
O pai como se não
se visse no filho
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