QUE HORAS SÃO?

 (Kílvio Dias Maciel)

 

Que horas são?

A que horas eu me habito?

Pergunto, porque é comum se perguntar

Nem ligo, pode ser papo de aflito

Pode ser conversa de um conflito

Assim como pode ser começo de se reperguntar

 

O que é revelação?

A que tempo eu me revelo?

Pergunto, porque a resposta pode estar no ar

É clara como o sol que no fim do dia cai no longe do fim do mar

Escura como a noite tardia sem luar espera o outro dia demorar

 

Que horas são?

A que horas eu me calo?

Pergunto, porque é incomum eu me calar

Não digo gestos, nem pensamento

Palavras que vão e vêm no vento

Assim como tragar cigarro, fumaça a se perpetuar

 

O que é oração?

A que horas Deus existe?

Pergunto, porque a resposta não tem vez de lugar

É mera razão sofisticada e simples nos moldes de viver ainda que resiste

Maltratada nas vestes malvestidas de pedras e olhares atirados de hora carmim e sangue



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