SEU DEUS ATEU

 (Kílvio Dias Maciel)


Olha a casa tão vazia

Apaga as luzes tão tardias

 

Esqueça o meu violão

Que ele está num canto, sozinho

E o meu coração, mesquinho

Queimando de aflição

 

Os seus olhos verdes

Contrastam com sua pele branca

 

Seguro o copo quase vazio

Chaves perdidas no bolso

Madrugada, retorno,

Antes de pular o muro

Estou embarcando pro Rio


Hoje, quando tudo demora e ainda arde

Faço verso e flerto a arte

Como antes de lhe conhecer

O asfalto não tem beijo

Não há flor que rompe

Seu clamor, sua desculpa

Seu trejeito, sua dor

Regalo na luz do breu

E o seu Deus parece que era ateu





Comentários

Postagens mais visitadas