PRA DEPOIS RESPIRAR
(Kílvio Dias Maciel)
É! Faz tanto tempo
Que eu nem percebo
mais!
Os seus calores
ficaram pra trás
E eu me jogo, outra
vez, aos seus pés de novo
Você, talvez, nem
se lembre mais!
Daquelas tardes sem
fim, da noite, um começo,
tudo que estava
entregue entre as suas mãos.
Quanta saudade!
Fico aqui no breu
da cidade!
No colo da luz,
suas mãos nos cabelos
e eu pensando que a
vida não se refaz
Você era meu vício,
no início,
e agora, no fim,
desde o princípio.
Não basta você só
ser linda, e não me fazer feliz!
Mas eu digo, penso,
retraio, até não respiro direito.
O que ficou parece
que é resto, e o pouco não se dá no peito.
E quando o choro
arrebentar,
você pode até
pensar que eu morro
Mas eu desço,
belisco o ar,
pra depois
respirar.
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