IGREJAS

 

(Kílvio Dias Maciel)

 

Não tenho medo da morte

nem sei bem se ela existe para mim, depois de mim

Mas sinto uma tristeza de amanhã,

uma melancolia prematura

de deixar de existir, de caber, sozinho, em mim

 

Não tenho medo do azar

nem sei bem se ele resiste no viés de toda sorte

Uma palavra do destino, do ocaso,

que rasga a poesia tão bem lida,

ouvida, cantada nas águas e nas terras da vida

 

Não tenho medo de pensar

nem sei se o que penso é perto, ontem ou agora.

As igrejas nas quais confessava estão lá

mas longe de qualquer demora,

fugidias, distantes, com seus ais, continuamente letais




 

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